terça-feira, 12 de maio de 2009

Depoimento dos Pioneiros da Cidade

Padre Paulino _ um desbravador

Impossível falar em Sena Madureira e sua trajetória de mais de 100 anos, sem tocar no nome de Frei Paulino Baldassari, conhecido simplesmente por ‘Padre Paulino’.
Há mais de 50 anos ele percorre nossos rios, varadouros e igarapés mais distantes, aqui na região do Acre, levando ajuda humanitária a comunidades carentes e isoladas do município. Mais que isso, ele leva solidariedade e esperança aos que nada possuem, além da própria fé.
Italiano de nascimento, mas acreano de coração. Sua trajetória se confunde com a própria historia da cidade. A prova disso é que dedicou uma vida inteira à causa acreana e em especial à este município, que o acolhe como um de seus moradores mais ilustres.
Alem de cuidar da alma, Padre Paulino também dedica seus dias a cuidar de pessoas que não dispõem de condições para prover seu próprio sustento, e percorre há muitos anos esses rios, nos lugares mais distantes e excluídos, onde muitas vezes, nem Estado, nem prefeitura, nem políticos chegam.
A historia deste padre no Acre, começa em 1954 e de lá para cá, tem se dedicado exclusivamente aos pobres de corpo e de alma.
O papel de Padre Paulino na Educação, tem significativos resultados. Alem de todos esses anos de sacerdócio dedicados ao povo de Sena Madureira, em especial ao povo dos rios Iáco, Macauã, Caeté e Purus, um de seus mais expressivos trabalhos foi à implantação da educação na zona rural. Foi de iniciativa dele a primeira escola na zona rural do município de Sena Madureira. Algumas escolas ele próprio ajudou a construir com a colaboração da comunidade.
Ele tem relevante contribuição no processo de formação da sociedade madureirense
Do alto de seus 83 anos de idade, pelo menos 51 deles, Padre Paulino tem dedicado a esta região. Seu trabalho no combate à devastação da floresta amazônica fez com que fosse alvo de ameaças de morte durante as décadas de 80 e 90, mas sua luta hoje, tem reconhecimento nacional e internacional, tanto que já foi merecedor de vários prêmios significativos, devido à relevância de seu papel no cenário nacional e na mídia mundial.
Médico da floresta, desbravador, incansável, Revolucionário, Padre Paulino...
Há quem diga que ele é a cara de Sena Madureira!
Alguém contesta?


Eduardo Daniel Sales nasceu em 1915, no Estado do Amazonas veio para Sena Madureira com 8 anos de idade em 1923.
Logo que chegou à cidade, seus pais o puseram na escola pública. O mesmo diz que os professores eram rígidos e puniam suas travessuras com castigos, a punição era apanhar nas mãos com a palmatória, e ficar em um quarto sujo e escuro chamado de cafua, e depois das aulas tinham que levar um bilhete do professor para os pais recomendando disciplina a seus filhos em casa.
Seu Eduardo desde menino ajudava seu pai no corte da seringa, e foi seringueiro durante muitos anos, durante a segunda guerra mundial (1939-1946) foi convocado para a guerra sendo levado para Manaus em meados de 1945 e ficou na reserva junto com alguns companheiros, mas não chegou a combater e com o fim da guerra retornou a cidade.
O mesmo relata nessa época as ruas não eram calçadas, as moradias eram simples e feitas de madeira, e o comercio era de propriedade de estrangeiros sírio-libaneses e as mercadorias que abasteciam o comercio e os seringais vinham de Manaus trazida por navio e chatas movidos a vapor, e o meio de transporte usado pela população eram as canoas e o meio de comunicação eram o telegrafo e o correio e as entregas eram feitos por um encarregado que tinha que percorrer os rios da região em canoas remando e parando em cada localidade para entregar a correspondência.
A religião predominante era católica onde os seguidores participavam das missas, do catecismo que era conhecido como ensino religioso e respeitavam os dias santos da igreja, quem evangelizava era Dom Prospero Bernardo um dos primeiros bispos e Monsenhor Antonio Fernandes da Silva Távora.
Relata também sobre os espaços de lazer e as festividades que tinham na cidade era o carnaval com blocos e brincantes fantasiados, os desfiles e apresentações do dia 7 de setembro, 25 de setembro no aniversario da cidade e 15 de novembro, e apresentações de teatro, o cinema ao ar livre para toda a população e o cinema pago onde só entrava quem pudesse pagar, e também as retretas que eram apresentações de músicos na Praça 25 de Setembro.
Seu Eduardo foi seringueiro durante muitos anos, lecionou em um projeto chamado Mobral e hoje é aposentado, mas deu sua contribuição mesmo que pequena para o desenvolvimento da economia da cidade.





João Damasceno de Moura, nascido em 1925 no Rio Iaco, foi seringueiro, hoje é casado, pai de um filho e aposentado como soldado da borracha.
Em março de 1950 sua família mudou-se para Sena Madureira a procura de melhoras. Na época que chegaram as ruas ainda eram de barro, e só começaram a ser pavimentadas em 1963 com o desenvolvimento da cidade.
Quando morava no seringal com seus pais trabalhava cortando seringa e na cidade passou a trabalhar como pedreiro, construindo e ajudando a construir vários prédios que existem até hoje como a AABB, Casa Amizade um dos comércios mais antigos da cidade, a caixa de água do DEAS (Departamento de Água e Saneamento). Fez reformas no colégio Instituto Santa Juliana, na igreja católica Nossa Senhora da Conceição, ajudando no crescimento e desenvolvimento da cidade.


Vicente Araújo Ferreira, mais conhecido Chaga Filicio nasceu em 5 de abril de 1925, filho de seringalista, nasceu no seringal Oriente no rio Macauã.
Veio para Sena Madureira no ano de 1948, para estudar, estudou na escola Ebéneze que funcionava também como a Igreja Evangélica Batista Regular.
Ao termino de seus estudos trabalhou como policial civil, e chegou a exercer o cargo de delegado de policia.
Durante o período em que trabalhou como policial havia um numero pequeno de policiais, os mesmos não disponibilizavam de viaturas para atender as ocorrências e fazer a ronda pela cidade então todo o trabalho era feito a pé.
O mesmo fala que na época a violência quase não existia, a droga que havia era somente a cachaça, que também era enviada aos seringais para as festas dos seringueiros, no meio dessas festas raramente havia homicídio, mas quando acontecia fazíamos a busca do assassino para prender na cidade. A sociedade era muito rígida, as mulheres de vida fácil como eram chamadas as prostitutas não podiam sair as ruas antes das 22h00min, a que fosse apanhada na rua antes desse horário era detida e levada para a delegacia.
A riqueza que predominou durante a época foi à borracha chamada por todos de ouro preto, pois era a principal fonte de renda da e muito valorizada.
As festas eram feitas em colônia perto umas das outros aonde todos iam para se divertir.
As datas mais comemoradas era a época do carnaval onde todos saiam em blocos totalmente fantasiados durava três noites, na ultima ficavam até de manhã, 7 de setembro e 25 de setembro , datas essas que eram comemoradas com desfiles bastante organizados e bonito , cavalhadas vinda de Manaus.
Na época, no município havia entretenimento como cinema era construído de madeira e as sessões eram pagas.
Os meios de transporte eram através de embarcação, como barcos onde as pessoas viajavam durante vários dias para chegar a uma determinada localidade os navios vinham de Manaus trazendo mercadorias para abastecer a cidade e os seringais.







Antonio Belo Oliveira, nasceu no dia 20 de maio de 1905, no estado do ceara, viúvo há dois anos pai de quatro filhos e aposentado como soldado da borracha.
Chegou de barco em Sena Madureira em 1939 com sua mulher, ele diz: a primeira vez que vi Sena Madureira fiquei surpreso porque lá no ceara diziam que era uma cidade bonita, mas mais parecia uma vila. Veio porque na época da guerra tinha duas opções ir a guerra ou vir para o acre trabalhar nos seringais cortando seringa, então decidiu em vir para o acre por temer morrer na guerra e deixar sua família sozinha preferiu trabalhar no seringal depois de muito tempo trabalhando no seringal decidiu vir para a cidade para que seus filhos pudessem estudar, ele diz que: após chegar percebeu que não era tão fácil ganhar dinheiro.



Sr. Manuel Passos da Silva
Cheguei a Sena Madureira no ano de 1926, com a idade de um ano e seis meses, vim com a família do estado do Pará. No navio Rio Madeira, eu meu pai e minha mãe como seringueiros, viemos cortar seringa no Acre. Sena Madureira nesse tempo era muito pequenininha, o transporte era carro de boi e a mercadoria chegava ao porto de Sena Madureira no navio e chata, que era uma embarcação grande, mas nada, Sena Madureira só tinha lama, era um seringal, nesse seringal tinha seringueira, por todo canto a mata, era mata, Sena Madureira tinha muitos seringalistas, agente não pode nem contar por que são quatro rios né, tudo era habitado por seringueiros, patrão porque naquela época o movimento no Acre era borracha não existia outra coisa, ninguém plantava roça a farinha importada do Pará, o tabaco vinha do Pará, tudo vinha de fora, o pirarucu vinha de Manaus tudo vinha de fora Sena não tinha nada. O Acre só era mesmo o movimento era borracha, agora chegou o tempo que a borracha era o ouro da Amazônia, depois que passou na guerra no tempo da guerra, ela já começou a dar muito dinheiro, porque a borracha antigamente o preço era estável, hoje ela tava de um real, amanha de dez reais depois caia de novo, depois que passou a guerra não agüentou o preço fixo, agüentou anos e anos e anos o preço fixo e era o ouro da Amazônia, você com mil quilos de borracha viajava o mundo inteiro, com o dinheiro, seringueiro sempre naquela época tinha muito meeiro, o meeiro cortava, trabalhava e fazia uma tonelada de borracha, tocava quinhentos quilos pra ele, com esses quinhentos quilos ele ia receber o dinheiro em Manaus, lá virava e andava, vira pela quele meio de mundo, com esses quinhentos quilos de borracha chegava aqui ainda com dinheiro, era o ouro do Amazônia, chamava ouro negro. Ai pus que eu fiz essa puesia, daquele tempo, da vida como era naquele tempo, ate hoje.

A borracha era transportada
em costa de animal
usava uma cangaia
feita de gancho de pau
dava quatro viagens por mês,
conforme o seringal
quando dava fim do ano
todo mundo pa margem saia
a espera do navi
com muita mercadoria
pesar sua borracha
que no corredóro fazia
quando se reunia
era aquela animação
que o saldo era pago
em cima do balcão
recebia as contas correntes
extraída pelo patrão.
Muitos seringueiros resolvia
baixar, uns pa Manaus outros
pó Ceará visitar sua família
que morava naquele lugar.
Outros voltava pa suas colocação
começar novo faço na entrada
do verão, roçar suas estradas
na maior animação,
condivertendo na maior alegria
que o patrão tinha dinheiro e muita mercadoria
pra não faltar nada pa sua freguesia.


O transporte da borracha no seringal era feito por animal, os animais era que tirava todo produto, todos os meses o comboeiro, dava viage aviando os seringais e conduzindo a borracha, tirando a borracha, ia direto pa Manaus, Sena Madureira só era turcos, naquela época as casas, tinha as casas aviadoras e que aviava, JG e J Tamurim era que aviava os seringais, agora a mercadoria descia dos seringais direto pa Manaus, não vinha pa Sena Madureira não desembarcava, só direto pa Manaus, e tanto que muitos seringueiros ia receber o dinheiro lá em JG. Quando o saldo era grande, patrão passava, baixava nu navio, o transporte era navi, uma embarcação que escalava sete pé d’agua, vai ficar mais ou menos três metros de profundidade, o navi tinha dois purão, chamava discotilha, um de proa e um de poupa, cada um tinha um guincho na proa outro na poupa pa tirar a mercadoria do purao, a mercadoria era tirada por aquele guincho, tinha gato, nesse tempo tudo era caixa, e saco, abraçava com aquele gato e subia colocava no convés do navio, os marinheiros pegava e butava no seco e a seringueirada carregava pu barracão.
Chata era uma embarcação grande, ela tinha dois pisos, dois andar, mas ela era grandona, como uma balsa dessa ou maior, agora atrás, era uma roda, a maquina era tocada a fogo, a lenha caldeira e ela fazia chi, chi com aquela rodona rodando pei, pei pei e aquilo rodava com velocidade na poupa dela, ela tinha a poupa quadrada, chamava chata porque a poupa era quadrada rodava e tangia ela pei, pei, pei. Coisa daquele tempo mesmo, né, pei, pei, pei, ai empurrava ela com trezentas toneladas de carga, quatrocentas toneladas de carga, pegava muita carga, grandona.
Depois que o Curissar afundou, eles ainda compraram o Júpiter, o Júpiter ainda deu uma viagem na Guanabara, mas um navio maior que Currisar, ai era um navio muito grande, ai ele mandou, Antonio mandou duas balieiras grandes pa fazer o transporte, duas balieiras a Macuã e a Guanabara, pegava uma trinta a quarenta toneladas cada uma, era maceta, motosão pra fazer o transporte, enviadas pela casa aviadora JG.
Devido às pessoas não terem costume, com o barulho dos aviões ajatos, quando ouviram o barulho do primeiro, muitos acharam que o mundo ia acabar, ai fiz o verso.
O primeiro avião ajato que po
aqui por cima passou,
foi um grande reboliço um
grande pavor, mulher pedia
perdão ao marido pelo chifre
que ela botou.


Chico Mendes foi morto por proteger o seringueiro
E ai nasceu o ódio de um grande fazendeiro
E ai foi metralhado este pobre brasileiro
E ai os seringueiros ficaram despanaviado
Porque o estado do Acre virou fazenda de gado
A seringueira virou pó e os seringais
Foram fechados. E ai os seringais foram
Desmoronando os barracões foram caindo
e os campos foram fechando
e os nomes dos seringueiros no Acre foi se acabando.
Eu vou dizer uma coisa, pode acreditar,
Que o nome dos seringueiros nunca mais há de voltar.
E não vão dez anos a floresta vai se acabar.
Essa imensa floresta obra da natureza,
O homem quer destruir essa grande beleza,
Mas ele vai se arrepender isso é
Quase uma certeza.
Veja meu amigo o que está acontecendo
Os campos vêm secando e o gado emagrecendo,
As águas estão sumindo e os peixes estão morrendo.
O Yaco se encontra uma grande situação,
Você anda o dia todo e não ver nenhum capelão,
Ta se acabando tudo por causa da poluição,
A poluição vem das grandes derrubadas,
Ai vem o verão, ai vem as grandes queimadas, acabando.
Com o verde, ali não fica mais nada.
Daqui pra 2015, se as derrubadas continuar.
Todo mundo vai ver a floresta vai se acabar
E o Acre vai virar o sertão do Ceará.
Aqui quem vos fala é o poeta Passim,
Peço por favor, que não jogue veneno no capim,
Ta correndo pras águas e os peixes tão levando fim.
Vou lhe fazer uma pergunta e quero ver você responder,
Qual pedaço do mundo que no espelho só você ver,
Que atrapalha nossa vida e nosso modo de viver,
É a língua meu amigo que nos trás a perdição,
Com ela você louva a Deus, com ela você louva o cão,
Fala mal de pai e mãe, fala mal de seu irmão.
Comecei a cortar seringa, com 14 anos de idade,
Cortei 18 anos, tempo da minha mocidade, hoje só resta lembrança,
Da seringa tenho saudade.
Amigo escute preste atenção, quer que eu vou contar,
No tempo dos patrão, a vida do seringueiro,
Na suas colocação. Naquele tempo era uma grande alegria,
Porque o seringueiro tinha valor e o produto que ele fazia,
Era ouro da Amazonas de que todo mundo vivia.
Morei 60 anos em Guanabara e Amapá, existia muita fartura
De pirarucu e jabá, até a farinha d’agua era importada do Pará,
Seringueiro antes de ir pra estrada tomava um copo de nescau
Fazia uma boa farofa no tempo do bacalhau
Um peixe muito conhecido vindo de Portugal,
Saia de madrugada enfrentando a surucucu a cobra jararaca
E a onça cancuçu o grito da raposa e o ruído do janau.
Quando o dia vem amanhecendo isturrava o jacamim
O grito do jacu o rasto do cujubi o ronco do capelão e o bufado do porquim.
Quando dava oito horas apitava a nambu azul, o grito do macaco zogui
E o canto do irapuru, a carreira da cutiara e o pulo do quatipuru.
Seringueiro dormia pouco, saia de madrugada,
Porque era obrigatório andar horas na estrada,
Não se comodava muito com o esturro da onça pintada,
Ela usava seu rifri na bandoleira sua balde na mão
A cabrita e a raspadeira, aporonga na cabeça, pa iluminar as seringueira.
Quando dava onze horas o corte da estrada ele fechava, na boca da estrada
Ele sentava, arrastava uma boa farofa e ali ele almoçava,
A água que ele bebia, no cano de taboca e então fazia uma cuinha
De folha de sororoca e descia pra um garapezinho onde tivesse
Uma barroca. Quando chegava de tarde gritava pra mulher,
Fazer um copo de leite e misturar com café,
Que vou tomar um banho na água do garapé.
Despejava o leite na bacia, ali não tinha sujeira, botava fogo na fornalha,
Dentro da difumaceira, uma casinha fechada de palha, tirado das palheira,
O cavaco era partido, de espécie de uma fatia, sua cuia na mão e o leite na bacia, o saco defumado saia do toco noutro dia.
Sua colocação que cabia quatro meeiro, começava o mês de abril
E ia até o mês de janeiro, defendia o mês de setembro,
pra descanso dos seringueiro.
Dava no começo do mês chegava a aviação,
Ali vinha de tudo a mandado do patrão, pirarucu, jabá, arroz e o feijão.



Numa festa é um dançando de calção, nu de cintura pra cima,
Vergonha num tem mais não, dançando uma tal lambada,
Que só sendo coisa do cão, a lambada foi mandada,
Pelo maior lúcifer, é uma dança imoral, que muita gente quer
E homem com joelho, entre as pernas das mulheres.
Amigo escute, a coisa ta demais, apareceu um tal de tcham
Mandado pelo satanás, é um balanço de bunda que dá pra frente e dá pra trás.




AGOSTINHO ESCÓCIO VIEIRA DRUMOND



Nascido em 28 dias do mês de agosto do ano de 1860. Filho de JOÃO ESCÓCIO DRUMOND e MARIA VIEIRA DRUMOND. Ambos cearenses da cidade de URUBURETAMA, estado do Ceará, na idade adulta passou a assinar seu nome como – AGOSTINHO ESCÓCIO VIEIRA.
Em 1876, com apenas dezesseis anos de idade, a convite de JOÃO GABRIEL (Comendador do Grão-Pará), que na época de passagem pelo Sertão de Uruburetama, recrutava pessoas para desbravar os vastos seringais do Vale do Uáquiri, até então desconhecidos da civilização.
Assim seguiu a caravana de João Gabriel, que se fazia acompanhar de inúmeros familiares do comendador. Na passagem pelo Pará, encontrou com o irmão JOAQUIM VIEIRA DE AZEVEDO, que residia em Belém e trabalhava para o comendador. A caravana seguiu para a província do Amazonas, onde lá recrutou mais homens para o serviço de abertura das estradas de seringa, dos novos seringais a serem desbravados nos afluentes do Purus.
O comendador João Gabriel liderava os desbravadores do Purus e residia no seringal Bem-Posta, com o comendador, Agostinho Escócio Vieira adquiriu bastante prática, nos trabalhos de exploração aos seringais ao longo do Purus. Foi então, que no ano de 1881, recebeu ordens do comendador para explorar o Yaco e seus afluentes, região ainda desconhecida e não explorada. Encontrando-se com BEJAMIN FONTES DE PONTES, situado a foz do rio Macauã, afluente do rio Yaco, associaram-se e passaram a desbravar algumas áreas de terra no rio caeté, outro afluente do Yaco. Não obtendo êxito voltaram ao Macauã, onde exploraram três seringais: VALÊNCIA – PROVIDÊNCIA – CAPITAL. Até dezembro de 1883 conseguiram explorar mais três seringais sendo: BOCA DO MACAUÃ – SÃO JOSÉ – SÃO JOÃO. Quando então, resolveram ir ao Ceará a fim de contrair matrimônio.
No regresso, uma parada no seringal Bem-Posta, onde residia o comendador, lá se encontra com o irmão Joaquim Vieira de Azevedo, que vindo do Pará, onde já residia por algum tempo e que tomou o mesmo caminho do Purus com João Gabriel com quem estava trabalhando. Lá conheceu a sobrinha MARIA JOANA, filha de Joaquim Vieira e simpatizando a jovem de apenas treze anos, oficializou o pedido de casamento, o que fez, sendo o casamento celebrado na cidade de Lábrea estado do Amazonas, no dia 05 de janeiro de 1884. Na sua viagem ao Ceará adquiriu por compra, oito escravos africanos, para o serviço de lavoura, mas só vieram chegar ao seringal em meados do mês de maio de 1888, em seguida veio a abolição e apenas quatro escravos resolveram ficar trabalhando por sua livre e espontânea vontade e com a devida remuneração e integrados ao convívio da família. (os escravos em referencia, chamavam-se ROSA, ANASTACIO, CHICO VELHO e MARANHÃO).
NA SUA VOLTA AO Yaco, repartiu a sociedade em Benjamin Franco de Pontes, recebendo como parte os seringais: São João e São José. Juntamente com o irmão e sogro, expandiram os desbravamentos ao longo do Yaco e exploraram os seguintes seringais: Mercês, Oriente, Prainha, SANTA Luzia, Baturité, Sacado e parte de Nova Olinda; os quais distribuíram com o irmão e cunhados, como seja: BATURITÉ coube a seu irmão e sogro Joaquim Vieira de Azevedo e sua esposa, Maria Tereza Vieira. PRAINHA ficou com seu cunhado Francisco Barbosa de Azevedo casado com Izabel (dona Bela). SACADO ao seu outro cunhado, Manoel Damião da Silveira, casado com dona Tereza Vieira da Silveira. MERCÊS, adquirido pelo genro, também desbravador que ampliou sua área de terra e tornou-se o maior produtor de borracha do vale do Yaco, dispondo inclusive de dois caminhões para o transporte da borracha produzida.
Os demais foi repassando aos seus conterrâneos que aos pouco, aqui chegavam e passavam a habitar o rio Yaco e seus afluentes, na foz do Caeté já se formava um pequeno povoado, ao longo do Purus se travavam violentas batalhas com os índios bravos.
Em 1891, deu por encerrada a sua missão de desbravador, já velho e cansado de tantas lutas, passou a explorar somente o seringal São João, produzindo uma média anual de 20.000 quilos de borracha. Da união com MARIA JOANA, nasceram dez filhos:
Emilia Escócio de Faria, Otaciana Vieira Sampaio, Francisca Vieira de Areal, Maria Escócio Vieira Lima, Heliodora Escócio Vieira, Astrtogildo Escócio Vieira, José Escócio Vieira, Hermínio Escócio Vieira,
João Escócio Vieira, Antonio Escócio Vieira.
Em 1902, os seringais da bacia do Juruá e Purus estavam habitados por nordestinos, sendo, a maioria composta por cearenses que vinham em busca de fazer fortuna, trabalhando na extração do látex, por outrto lado também chegava Bolivianos e caucheiros peruanos, foi então que a disputa por terras ricas em arvores de seringueiras, contribuíram para eclosão da revolução acreana, comandada pelo coronel JOSÉ PLÁCIDO DE CASTRO.
Em outubro do mesmo ano, os seringalistas do Acre, escolheram-no como líder do exercito acreano, o coronel seringalista José Plácido de Castro. Que logo em seguida passou a recrutar, em todos os seringais, homens para a batalha. O seringalista Agostinho Escócio Vieira, atendendo o chamado do coronel José Plácido de Castro, foi incorporado ao exército revolucionário, cooperando com mercadorias, armamentos e alguns homens do seu seringal. Com o final da vitoriosa e sangrenta batalha, recebeu como recompensa das mãos do coronel José Plácido de Castro e governador do Estado independente do Acre, a demarcação e o título definitivo do seu seringal SÃO JOÃO. Cujos documentos e as terras, encontram-se em poder de seus descendentes até hoje.
AGOSTINHO ESCÓCIO VIEIRA, depois de ter lutado muito pelo desbravamento desta terra, ao longo dos rios Purus, Yaco, Caeté e Macauã. Vencido pelas dificuldades encontradas nos trabalhos dos seringais e compartilhadas por seus irmãos cearenses, no meio da imensa floresta amazônica. Veio a falecer no dia 01 de abril de 1913, no seringal São João no rio Iaco foi enterrado no seringal, assim como desejava.


UM REI ACREANO DA BORRACHA


Aos trinta e quatro anos, aí por volta de 1909, pois nascera a 04 de novembro de 1875, em Sítio do Meio, no Estado de Sergipe, Avelino de Madeira Chaves tornara-se um grande seringalista do Iaco.
Aos dezessete anos tomara o rumo do Pará, como faziam todos os nordestinos desejosos de se libertarem das más condições de vida dos seus berços natal. Dali foi para o Rio de Janeiro tentar a vida militar, sentando praça, em 1893. Mais tarde, voltando à Belém, concluiu o curso de agrimensura, pela escola politécnica do Pará e, com o seu diploma, embarcou para o Acre, para o Acre em 1896, um paraíso para os demarcadores, como o era toda a Amazônia, ganhando os altos rios. Lá tomou parte de todos os movimentos contra os bolivianos e abriu uma estrada entre o Iaco e o Xapuri.
Em 1912, sendo titular da firma A. Chaves & Cia., da qual também era sócio João Câncio Fernandes, possuía os seringais Brasil, Guanabara, Arvoredo e Peri, no Iaco; Canadá no rio Acre, e Panamá, Califórnia e Mato Grosso, no Xapuri.
Em 1909, já estava rico, pois somente o seringal Guanabara produzira 190.000 quilos de borracha, já tendo descido 144.000, pelo vapor Índio do Brasil, o que lhe propiciara uma viagem à Europa, aonde iria, a passeio e a negócio, visando a aquisição das embarcações necessárias ao seu comércio em expansão. A produção de 190 toneladas, somente em um dos seus seringais equivaleria, em setembro daquele ano, a umas 475.000 libras esterlinas ou 3.600 quilos de ouro, uma gigantesca fortuna, para os padrões da época.
De passagem por Sena Madureira, anunciou, aos amigos, que ficaria hospedado, no Rio de Janeiro, no Hotel Avenida, e, em Paris no Grand Hotel.
Durante essa sua viagem, na Alemanha, a 2 de setembro de 1910, ofereceu um almoço, no salão do Kaiser, do Hotel Adllon, em Berlim, ao qual compareceram cinqüenta oficiais prussianos e brasileiros, às ordens do Marechal Hermes da Fonseca, então em visita àquele País, de quem era partidário fervoroso.
Em Paris, comprou, associado a Fernandes Melo Filho, o jornal Lê Courrier du Brésil, destinado à propaganda do nosso País, no Velho Mundo.
No seu regresso, foi nomeado Comandante Superior da Guarda Nacional do Alto, chegando a Sena Madureira, pelo navio ajudante, sendo alvo de calorosa acolhida.
Durante essa visita ao Velho Mundo, encomendou três modernas embarcações, para as suas firmas: a lancha Sena Madureira, a Alvarenga Catiana e o vapor Guanabara.
A lancha Sena Madureira foi construída nos estaleiros franceses chaparelle, tendo o casco de aço galvanizado, 13 metros de comprimento, 2,80 metros de boca, 1,10 metros de pontale 60 cavalos de força, sendo destinada à linha Iaco-Purus, até a Boca do Acre. Traria a reboque a Alvarenga Catiana, fabricada pela empresa alemã H. Holtz, com 48 pés de comprimento e 80 centímetros de calado, dispondo de beliches, banheiros e cozinha.
O barco principal seria o Guanabara, cuja primeira subida, ao Iaco, estava prevista, para março de 1911, mas fora retardada por uma greve, nos estaleiros ingleses, o que atrasara a sua entrega.
O Jornal “A Província do Pará informava que o barco fora classificado sob o nº100 A 1 do Lloyd Register, como navio de primeira classe para rios, sendo construído pela Dundee Shipbuilding Cy Ltd, de Dundee, na Escócia. Possuía quatorze camarotes de primeira classe, com divans, beliches e guarda roupas, acomodações de terceira classe, camarotes, no bico da proa, destinados aos oficiais, alojamentos de oito camas, para os tripulantes, duas câmaras espaçosas, no convés, reservadas ao comandante e ao proprietário, e instalações sanitárias. Havia ainda um magnífico salão de refeições, a polpa, tendo quatro mesas de mármore, ventiladores e um piano automático, com vasto repertorio, e um salão para jogos e fumantes.
O barco fora equipado com câmaras frigoríficas, destiladores de água potável, uma máquina com capacidade de fabricar 150 quilos de gelo por dia, um grande conforto para as regiões de calor tropical, alem de luz elétrica.
O navio media 140 pés de comprimento, 29, de boca e 8,5, de pontal moldado, e as maquinas de tríplice expansão tinham 350 cavalos de força, consumindo 6,5 toneladas de carvão por dia, e desenvolvendo 11 milhas por hora, em velocidade de cruzeiro, e 12, máxima. Estavam equipados com guindastes elétricos, lanchas e motores americanos.
A viagem inaugural começaria em Belém, a 22 de janeiro de 1912, tendo a embarcação chegada a Sena Madureira a 14 de fevereiro. Conforme as descrições da época, o seu rancho primava pela qualidade, sendo composto de conservas e bebidas finíssimas compradas na França, Alemanha e Inglaterra.
Um diário de viagem, que transcreveremos a seguir, foi publicado nos números 93 e 94, do Brasil Acreano, infelizmente incompleto, pela falto do segundo exemplar, na coleção consultada.
O Guanabara “levantou ferro, em Belém do Pará, no dia 22 de janeiro de 1912, lançando-o, em Manaus, pela manhã de 28, tendo, durante a viagem, recebido o gado necessário, para a alimentação da tripulação e dos passageiros”.
Demorou-se, na baía do rio negro, até o dia 3 de fevereiro, levanto ferro as nove horas da manhã e desenvolvendo esplendida marcha, cortou as águas pardacentas do rio negro,alcançado, em 50 min, a boca do Solimões, onde se encontra o celebre caldeirão, que tem tragado muitas vidas e embarcações.
As 5:30 da tarde passamos de fronte a Manacapuru, lugarejo do estado do Amazonas. É uma vila e cabeça de comarca, cujos habitantes são na maioria judeus. Tem umas casinhas baixas e, no meio, ergue-se uma igrejinha, alva como uma garça.
No dia 4, as 6 h da manhã, saímos a boca do sinuoso rio Purus, aonde chegamos as 3h da madrugada, após 18h de rápida viagem, perdendo 3h, para comprar pirarucu – o celebre bacalhau do Amazonas.
Neste dia, avistamos beruri, elevado e lindo lugar pertencente a comarca de Manacapuru. Tem uma meia dúzia de casinhas, uma igrejinha em construção e uma subdelegacia de policia. Fornece tartaruga e pirarucu a todos o navios, que sulcam o tortuoso e comprido Purus. Vende também mexira (conserva de peixe boi) lenha. A terra é firme e será, no futuro, uma cidade a margem do Purus, esta faixa amarela entre duas linhas verdes, formando as cores da bandeira nacional. Ele é importante, tem orgulho de suas curvas e de sua extensão.
As 5h passamos por nove trombetas, viajando todo dia debaixo de calor abrasador, de um sol de fogo. Nem o gelo e os ventiladores de bordo, conseguiram nos livrar de uma atmosfera de aço.
Neste dia foi grande o consumo da esplendida cerveja alemã, que nos fez lembrar os saborosos schops da brama, em pleno a avenida central, no saudoso, sempre lembrado e jamais esquecido, Rio de janeiro. Bebeu-se muita água mineral mattoni, soberba rival da caxanbu, usada e apreciada, na Alemanha, com a rainha das águas de mesa.
Apesar do nosso amigo coronel Avelino chaves não ser rei, se não da borracha, ele gosta de beber e comer, como comem e bebem os verdadeiros reis. Nisso ele é fidalgo e nobre. Procura passar tão bem a bordo do Guanabara, como se estivesse hospedado no hotel esplanada em Berlim.
Nesse mesmo dia, passaram por nós o imperador, vapor do coronel Childerico Fernandes, rico proprietário do seringal oriente, no rio Iaco, e o vapor Braga sobrinho, propriedade de conhecida casa comercial do Pará. (no imperador, viajavam Areal Solto e Childerico Fernandes, que iam a Belém tratar de negócios e de política...).
Dia 5 – fomos despertados, pela manhã, por uma descarga de tiros em patos, que voavam pela margem. A manhã estava fresca. À uma hora da tarde, passamos pelo seringal Guajaratuba, propriedade do sogro do senador Silvério Nery e, em seguida, pelo Ipu. Atravessamos o Paraná da Elba e entramos de novo, no Purus, gastando, até ai 47h e 10m, desde o porto de Manaus.
Dia 6 – encontramos às 9h da manhã, uma jangada peruana feita de três grandes troncos de cedro, com uma choupana de folhas e paxiúba, no centro, formando uma embarcação muito original e pitoresca. Deslizava mansamente pelo rio Purus, águas abaixo, transportando caucho e peruanos.
Passamos pela boca do jacaré, afluente do Purus. Este rio ainda não foi explorado. É habitado por índios negros, antropófagos e ferozes. Nas suas margens encontramos a seringueira vermelha de qualidade inferior. Tem próximo a boca duas barracas, sendo uma delas ocupada por um preto velho, antigo habitante daquelas paragens, que há tempos aconselhou a tripulação da lancha Romeu a não penetrar no rio, e se insistisse seria trucidada pelos índio negros. Desde então nenhuma outra se atreveu a sondar o rio jacaré, conforme conta a lenda.
Quando nos achávamos fronteiros ao seringal São Pedro do Arimã, estávamos a mesa, nesse momento, um nosso companheiro seringueiro do rio Pauini, pôs açúcar na tartaruga que devorava! A nossa admiração não se fez esperar e para atenuá-la contou-nos que neste lugar, ao enterrar-se um defunto, matou-se um judeu ao pé de uma sepultura.
Dia 7 – às 5h da manhã chegamos a boca do Tapauá, um dos muitos afluente do Purus. Nessa embocadura acanham-se diversas casas espalhadas, de um lado e do outro. “Passou por nós o vapor tupi, da companhia do Amazonas”.
Neste parágrafo terminou o texto da primeira parte do diário. Quanto a segunda parte infelizmente não nos foi possível encontra, e deveria conter o interessante trajeto entre o Tapauá e Sena Madureira.
Alem de A. Chaves & Cia., numerosa firmas possuíam modernos barcos, como a empresa Rocha & Silva, de Belém, da qual Childerico Fernandes era sócio, que recebera, em agosto de 1910, o vapor iaco, construído pelo estaleiro murdock & murray, de glasgow, dirigido pelo engenheiro James Branner. Pertencia ao tipo Victória tendo 145 pés de comprimento; 31, de boca e 8, de pontal, com 371 toneladas brotas. Seu casco era de aço, sendo movimentado por uma maquina de noventa cavalos desenvolvendo 11 milhas horárias, possuindo as mesmas comodidades do Guanabara, alem de uma estufa a vapor capaz de escaldar um fardo de carne seca.
Dezenas de outros navios de aço navegavam pela Amazônia, fazendo circular seu produto e tornado a vida do interior mais cômoda.
Neste tempo, a euforia dos autos preços da borracha animava a todo, no sentido de aplicarem seus capitais em investimentos lucrativos de rápido retorno, como os navios, que ao mesmo tempo livravam os seringalistas dos escorchantes fretes cobrados pelos armadores.
Apesar de já ter passado o sue período áureo, em 1915, ainda se matinha grande o movimento de embarcações para o auto Purus e Iaco como estava o movimento do porto da cidade de Sena Madureira.


Fonte BIBLIOGRAFICA: Acervo de José Arnoudo Pereira Nunes.
Pesquisador.
LOUREIRO, Antonio Jose Souto. O Brasil Acreano, Manaus, Gráfica Lorena-2004

Acadêmicos do Curso de Artes Visuais

Alice Gomes de Almeida

Adriano Jose Apolinário

Cleonildes Aquino da Costa

Deijanira Rocha das Chagas

Delma Queiroz de Souza

Isangela Maria Costa da Silva

Jose Arnoudo Pereira Nunes

Leví Freitas da Silva

domingo, 10 de maio de 2009

Principais problemas de Sena Madureira

Principais problemas da Cidade de Sena Madureira
Sena Madureira-Ac cidade com mais de 34 mil habitantes, como todo município de nosso país tem vários problemas sociais. Dentre destes problemas sociais,podemos destacar alguns:
 Falta de saneamento básico:
 Tráfico e uso de entorpecentes:
 Poluição do meio ambiente;
 Infra-estrutura;
 Entre outros.

Falta de Saneamento Básico: as redes de canalização do abastecimento de água do município são antigas, nunca passaram por uma manutenção adequada, com isso vem desencadeando uma seria de problemas no município. Como por exemplo, a água contaminada nas torneiras das residências, água que sai tratada do departamento de água Departamento Estadual de Água e Saneamento-DEAS, ela à passa pelas redes de água se contamina e ao chega às residências já tem se contaminada. Fotos de sena Madureira
Infra - estrutura: nos últimos anos vem se agravando cada dia mais a falta de investimento, nas ruas da cidade, com o crescimento da população as ações realizadas pelo poder público não são suficientes. Pois ainda falta a canalização de rede de esgotos.
Tráfico e uso de entorpecente: Em Sena Madureira vem se desenvolvendo, com isso os problemas sociais relacionado com entorpecentes vem aumento em grande proporção. A falta de estrutura familiar ainda é o maior fator que leva o uso e o trafico de entorpecentes. A unidade de recuperação social Evaristo de Morais tem mais de 200 reeducando, dentre estes, 80% são por tráfico, segundo dados da própria instituição. Foto

Poluição do Meio Ambiente: a população do município ainda não se conscientizou que jogar lixo nas ruas e nas margens dos rios e igarapés degrada o maio ambiente. O mau uso do lixo das residências, que muitas vezes são jogados nas beiras dos rios, igarapés e córregos sem nenhuma preocupação com o meio. Quando chega o inverno amazônico todo esse lixo vai para o rio principal da cidade, Iaco, que faz parte da bacia do Rio Purus. Todo esse lixo além de causar poluição contamina a água que as comunidades ribeirinhas utilizam no seu dia-a-dia prejudicando a saúde.
Por fim concluímos relatando que embora o município de Sena Madureira, encontre problemas, acreditamos os mesmo possui solução acreditamos no crescimento deste município.
Acadêmico (a): Daniela Nonata dos Santos
Daniel Carlos Mendonça do Vale
Gilberto Lira de Almeida
Richarles de Araújo Souza
Jeffeson José da Silva Ferreira

sábado, 9 de maio de 2009

Fotos do Blog

Temos como objetivo na exposição destas fotos, expor através de imagens a trajetória de nosso município, levando em consideração as mudanças sociais, culturais e econômicas que ocorreram ao longo do tempo. Iniciamos a contar a história dos 104 anos de Sena Madureira, falando sobre os seus prédios mais antigos e importantes, pontos turísticos, atividades culturais e religiosas da cidade.


Praça central 25 de Setembro 2009.


Atualmente a praça possui uma paisagem moderna, onde a população da cidade se reúne em diversos eventos sociais.

Praça principal do município leva o nome em homenagem à data de fundação da cidade, a praça e o ambiente público preferido da comunidade que se reuni para vários eventos culturais da cidade como: desfile em comemoração ao aniversário da cidade, bingos, passeios e outras atividades. Atualmente a praça possui uma paisagem moderna.



Paisagem natural da Praça 25 de setembro.




Prédio atual da prefeitura 2009. O prédio possui as mesmas características originais.


Prédio da prefeitura 1970




Foto Teatro municipal 1970, infelizmente este teatro não existe mais.




Museu

Em 2007, Sena Madureira, ganhou um museu para revelar a história da cidade de Sena Madureira, resgatando lembranças de seu povo. Onde esta exposta vasos-caretas da “Fase Quinari”, grandes urnas funerárias que arqueólogos localizaram no Cassiriã, no Xiburema e na estrada Lobão, fragmentos de fósseis petrificados de imensas árvores, de tartarugas gigantes e de grandes mamíferos como o Megaterium (preguiça gigante) e o Purussaurus (Jacaré gigante). Vestígios de um tempo que remonta há mais de 60.000.000 de anos e desafiam nossa imaginação sobre esse mundo de gigantes que habitaram aqui antes mesmo da floresta amazônica dominar estas terras.
O museu é único no município um dos pontos turísticos mais visitados, onde a comunidade e visitantes conhecem a história centenária do município o Museu e hoje um ponto turístico referência cultural da cidade.




Igreja Nossa Senhora da Conceição 2009, mantém sua estruta original




Igreja Nossa Senhora da Conceição ponto turístico 1970
Igreja Católica Nossa Senhora da Conceição a primeira igreja fundada no município desde o seu surgimento, comemorou em 2008 o seu centenário na cidade. O templo é ambiente de encontros religiosos onde milhares de fiéis se reúnem diariamente. O prédio da igreja possui uma arquitetura fascinante e que recebe muitos visitantes, ao longo dos anos apenas algumas obras de revitalização foram realizadas no prédio para que o mesmo mantenha a estrutura original.






Instituto Santa Juliana 2009 mantém a estrutura original do período de sua construção





Instituto Santa Juliana 1970
O colégio Santa Juliana foi fundado no dia 7 de setembro de 1922. Funcionou inicialmente numa casa de madeira. Em maio de 1927, uma pedra benzida simbolizou o marco inaugural do novo prédio, construído em madeira e alvenaria, que passou a chamar-se Colégio Santa Juliana, a partir do dia 15 de junho de 1929. Durante muitos anos o colégio Santa Juliana funcionou como internato sobre a responsabilidade das irmãs Servas de Maria Reparadora, que prestou durante muitos anos um importante trabalho no município de sena Madureira. O instituo foi tombado como patrimônio histórico pela prefeitura de Sena Madureira, em 1987,atualmente funciona como escola pública sobre a responsabilidade do governo do estado. E um dos prédios mais antigos da cidade e mantém a estrutura original do período de sua construção.

Nomes dos Acadêmicos do Curso de Teatro
Cláudio Henrique de Freitas Pires
Luciene Freitas Fernandes
Milse da Rocha Belarmino
Rafaela Nonata dos Santos
Tânia Maria Oliveira dos Santos









sexta-feira, 8 de maio de 2009

O Desbravador do Iaco "Nacélio Areal"


O seringalista Narcélio Areal foi um dos primeiros a lutar pela integração dos munícipes de Sena Madureira, visando tirar o homem do campo do isolamento quase secular.
Em entrevista com o mesmo, ele relatou alguns fatos sobre sua vida.
Minha vida todinha foi lutando com trabalhos pesados. A minha vida toda foi no interior, passei dez anos no seringal Rampado, fui fornecedor da Eletroacre em Sena Madureira pra gerar energia por vários anos. Fui o primeiro que sentou um cerâmica mecanizada. Depois fui pro seringal Cachoeira no Rio Macauã no qual estou a dezoito anos. Agora estou há seis anos desapropriado pelo governo federal e lá nada posso fazer, sou só um guardião da minha terra. Pois eu não saio de lá enquanto não receber o meu dinheiro, porque comprei e paguei. Nesse seringal localizado em Sena Madureira no Rio Macauã eu abri pasto, abri minha sede, e fiz barracões e até hoje moro nele. Vivo sobre o seringal Cachoeira e abri uma estrada de 87 km na selva amazônica, sem ajuda de ninguém. Só o Edmundo Pinto, que era governador do Acre, me deu 3.000 litros de óleo diesel, pois foi só a ajuda que recebi, mas nenhuma outra.

Eu tenho orgulho de ser acreano! Para mim é a melhor terra do Brasil, não conheço outra terra melhor que o Acre. Porque aqui se vive, quem trabalha vive muito bem e quem não trabalha, quem trabalha pouco, também vive.
De fato a vida aqui já foi muito difícil, em tempos passados, quando as coisas eram escassas. Não tinha estradas, por exemplo, quando eu morava no seringal Rampado. Os varadouros que o combóio entrava na segunda-feira chegava somente no sábado.
Pesquisa realizada pelos acadêmicos do curso Música.

Dailan Lima Pinheiro
Renato Costa de Almeida
Karla Sílvia Sampaio Pinheiro
Josiane Queiroz de Oliveira
Deyson Rodrigues dos Santos

O Fundador de Sena Madureira - Acre



José Siqueira de Menezes


Ele nasceu na cidade de S. Christovam em 07 de Dezembro de 1852. O mesmo teve sua historia toda dedicada ao militarismo e as demandas do país e, em 1904 foi nomeado prefeito do alto purús, para então servir ao Governo da Republica. Em 25 de setembro do mesmo ano fundou a cidade de Senna Madureira, e por decreto de 05 de maio do mesmo ano foi promovida a General de brigada, deixando a prefeitura do alto purús no inicio de 1905, seguindo para a Bahia.
Trabalho realizado pelos acadêmicos do Curso Música.
Componentes:
Renato Costa de Almeida
Dailan Lima Pinheiro
Karla Sílvia Sampaio Pinheiro
Josiane Queiroz de Oliveira
Deyson Rodrigues dos Santos

Resgate histórico dos Pioneiros de Sena Madureira

Foto do Teatro Cecy

Este trabalho visa enriquecer a historiografia do nosso município e ao mesmo tempo servir de fonte de pesquisa para esta atual e as gerações futuras sobre o resgate histórico de alguns pioneiros e desbravadores de nossa cidade.

O Construtor da cidade

José Candido Mariano foi o construtor da cidade de Sena Madureira. Esteve presente na solenidade de fundação realizada por Siqueira de Menezes em 1904, mas não permaneceu na região. Quando retornou - já nomeado como prefeito departamental, em junho de 1905 - o que deveria ser uma cidade era uma simples clareira na mata ocupada somente pelos militares dos 36º batalhões de infantaria. Durante os quase cinco anos em que governou o departamento do ALTO PURUS traçou ruas, construiu prédios e atraiu seus primeiros moradores graças à doação de terrenos.
Através de dois relatórios do prefeito José Candido Mariano, quase inéditos para a maioria dos acreanos, podemos conhecer o primeiro ano de existência de Sena Madureira.

Pesquisa realizada pelos acadêmicos do curso Música.
Dailan Lima Pinheiro
Renato Costa de Almeida
Karla Sílvia Sampaio Pinheiro
Josiane Queiroz de Oliveira
Deyson Rodrigues dos Santos




































quarta-feira, 6 de maio de 2009

trabalho de leitura e produção de texto

Alunos: Jecson Júnior Andrade de Oliveira,
João R. Verçosa Pinheiro,
Elisângela
Luiz Francisco Felipe Alves
Mustafá.

Blog:

Ao fazermos um levantamento sobre os principais problemas da cidade, podemos perceber que ela vem passando por grandes transformações, no entanto alguns problemas permanecem intactos, a exemplo disso são as ruas abandonadas e emburacadas que durante muito tempo vem se tornando um dos principais aspectos negativos da cidade.









Outro fator é o esgoto da nossa cidade, pois boa parte da cidade o tem aberto por todos os lados tendo o risco de esbarrar e prejudicar a população.
Outro problema que tivemos a oportunidade de detectar é o ocasionado pela negligência de alguns moradores que deixam de cuidar do seu lixo caseiro, contribuindo assim para a poluição e contaminação de alguns espaços urbanos.








Mais problemas:
# Temos ainda o descanso na área da saúde, onde muitas vezes precisamos enfrentar filas de madrugada para podermos conseguir uma ficha para uma consulta. E quanto ao exame, nem sempre temos o privilégio de fazer. Sendo a saúde um fator primordial para o bem- estar, não podemos ficar sem tal.
# Segundo o Senso do IBGE de 2007, o município de Sena Madureira tem 34.234 mil habitantes, destes 10.006 aproximadamente são jovens, entre 15 e 29 anos, destes 4.777 são mulheres e 5.229 são homens, divididos entre zona rural e urbana. Esse total corresponde a 29%da nossa população.
Também podemos constatar o consumo altíssimo de drogas, principalmente nos bairros afastados da cidade. Já nos bairros mais próximos da cidade, o número de traficantes, ou seja, o fornecedor é o que predomina.
O tráfico de entorpecentes: segundo a Unidade de Recuperação Social, Evaristo de Morais, até o dia 5 de Março de 2008, existiam 158 pessoas em estado de reclusão, dentre esses 78 tinham idade entre 18 e 29 anos, reclusos por tráficos de entorpecentes. Boa parte deles não concluíram o ensino fundamental.
Já o consumo de bebidas alcoólicas é altíssimo, entre ambos os sexos, e esse número vem crescendo entre os menores de idade, após o uso dessa e, outras drogas os mesmos saem pela cidade e cometem vários atos de Bulam a lei, na maioria das vezes são presos e encaminhados para a pousada do menor.

Resgate da História de Sena


Resgate histórico dos pioneiros de Sena Madureira


Este trabalho visa enriquecer a historiografia do nosso município e ao mesmo tempo servir de fonte de pesquisa para esta atual e as gerações futuras sobre o resgate histórico de alguns pioneiros e desbravadores de nossa cidade.


O Fundador José Siqueira de Menezes


Ele nasceu na cidade de S. Christovam em 07 de Dezembro de 1852. O mesmo teve sua historia toda dedicada ao militarismo e as demandas do país e, em 1904 foi nomeado prefeito do alto purús, para então servir ao Governo da Republica. Em 25 de setembro do mesmo ano fundou a cidade de Senna Madureira, e por decreto de 05 de maio do mesmo ano foi promovida a General de brigada, deixando a prefeitura do alto purús no inicio de 1905, seguindo para a Bahia.


Construtor da cidade

José Candido Mariano foi o construtor da cidade de Sena Madureira. Esteve presente na solenidade de fundação realizada por Siqueira de Menezes em1904, mas não permaneceu na região. Quando retornou - já nomeado como prefeito departamental, em junho d 1905 - o que deveria ser uma cidade era uma simples clareira na mata ocupada somente pelos militares dos 36º batalhões de infantaria. Durante os quase cinco anos em que governou o departamento do ALTO PURUS traçou ruas, construiu prédios e atraiu seus primeiros moradores graças à doação de terrenos.

Através de dois relatórios do prefeito José Candido Mariano, quase inéditos para a maioria dos acreanos, podemos conhecer o primeiro ano de existência de Sena Madureira.



Alavancada na cultura do município

Antonio Pinto do Areal Souto nasceu em independência, no sertão de Crateús, no Ceará, a 29 de janeiro de 1886. Criou-se em Tamboril e São Francisco de Uruburetama, de onde, ainda menino, veio para os seringais da Amazônia, acompanhando de sua numerosa família, desalojada pelas secas. Tomando parte ativa nos movimentos estudantis, contra a oligarquia aciolina, foi obrigado, como tantos outros, a refugiar-se em Pernambuco, onde concluiu seus estudos, bacharelando-se em direito, pela Faculdade de Recife. E voltou à Amazônia, em 1911, para Sena Ma-dureira, onde adquiriu grande prestigio moral, intelectual, profissional e político. Foi governador geral do acre, prefeito do departamento do alto Purus, intendente de Sena Madureira, secretário geral do departamento, advogado de reputação ilibada, promotor federal, delegado do grande oriente do Brasil, e antes de tudo, um idealista.

E com isso elavancou na cidade e mesmo na região o incentivo teatro, o cinema e a música, naquela cidade, ajudando o grupo dramático musical ARTHUR AZEVEDO, animador da cidade, com os seus espetáculos e retretas.

Referencia em educação na Amazônia

As servas de Maria reparadoras em especial Irmã Fábia, vieram da Itália à Amazônia e transformaram o ensino nessa região. Entre a primeira e segunda Guerra Mundial, a situação Italiana era caracterizada pela organização sindical dos trabalhadores. Desde a chegada das irmãs servas de Maria reparadoras, em Sena Madureira, houve uma expansão para outros estados. No município ergueram o colégio Santa Juliana, com um ensino invejável em todo o país, vindo gente de outros estados e até outros países para estudar no mesmo, haja vista que o “Colégio” como até hoje é mais conhecido, era reconhecido por todos, desde sua exuberância até sua qualificação pedagógica e cognitiva.

Um Rei Acreano da Borracha


No dia 04 de novembro de 1875, em Sítio do meio, no Estado de Sergipe, Avelino de Medeiros Chaves tornara-se um dos grandes seringalistas do Iaco.

Aos dezessete anos tomara o rumo do pára, como faziam todos os nordestinos desejosos de se libertarem das más condições de vida dos seus berços natais. Dali foi para o Rio de Janeiro tentar a vida militar, em 1894.

Em 1896 com diploma de Agrimensura veio para o acre. Aqui tomou parte de todos os movimentos contra os bolivianos e abriu uma estrada entre o alto Iaco e Xapuri.

Em 1912, sendo titular da firma A. Chaves & Cia, da qual também era sócio João Câncio Fernandes (2), possuía os seringais Brasil, Guanabara, Arvoredo e Peri, no Iaco;

Canadá, no Acre, e Panamá, Califórnia e Mato Grosso, no Xapuri (3).

Em 1909 já estava rico, pois somente o seu seringal Guanabara produzira 190.000 quilos de borracha.

De passagem por Sena Madureira, anunciou, aos amigos, que ficaria hospedado, no Rio de Janeiro, no Hotel Avenida, e, e, Paris, no Grand Hotel.

Em Paris comprou com seu sócio Fernandes Melo Filho, o jornal Le Courrier Du Brésil, destinado à propaganda do nosso país, no Velho Mundo.

Durante esta visita ao velho mundo encomendou três embarcações modernas, para as suas firmas: a lancha Sena Madureira, a Alvarenga Catiana e Sena Madureira.

O barco principal seria o Guanabara, cuja primeira subida, ao Iaco, estava prevista para março de 1911, mas devido a uma greve demorou um pouco mais para ser entregue.Finalmente em 14 de fevereiro de 1912 a embarcação chegou em Sena Madureira.

Neste tempo a euforia dos altos preços da borracha animava a todos, no sentido de aplicarem seus capitais em investimentos lucrativos e de rápido retorno, como os navios, que ao mesmo tempo livravam os seringalistas dos escorchantes fretes cobrados pelos marcadores.

Apesar de Já ter passado o período áureo, em 1915, ainda se mantinha grande o movimento de embarcações para o Alto Purus e Iaco, como atestava o movimento do porto da Cidade de Sena Madureira.

Vários foram os personagens que marcaram época em nosso município. Ao longo do desenrolar desse resgate encontramos ainda algumas celebridades que se dispuseram a nos ajudar a realizar um resgate histórico de nosso município, haja vista que ainda há uma lacuna de informações.


Nessa busca contamos com a colaboração de filho dessa terra que é apaixonado pela historia regional, que de forma acentuada contribuiu na aquisição dos dados apresentados a seguir:


Dedicação e amor pela educação e a história de seu município

Fonte: Hermano Filho Costa

Aos 47 anos de idade Hermano Filho é um dos professores mais preparados de nosso município, é acreano, natural de Sena Madureira, tem três filhos: Halyne, Hamanda e Hiago, também é avô de Willian – o seu primeiro neto. É casado com Rutineia Souza. Ama sua mãe dona Zuilla Sales e tem mais cinco irmãos por ele também muito amados.

Graduado em pedagogia e educação física pela Universidade Federal do Acre-UFAC, e pós-graduado em psicologia pela FIVE/MT.

Experiência Profissional

Auxiliar de escrivão Ad-Hoc - Delegacia Geral de Polícia-1979/1980

Oficial de Justiça Ad-Hoc-Fórum Desembargador Vieira Ferreira-1981

Servidor do INCRA/UAAP-1982/2009

Experiência política

Vereador eleito durante doze anos, e presidente da câmara municipal, foi também candidato a deputado estadual recebendo mais de mil votos.

Experiência esportivo-Desportiva e cultural

Idealizador e coordenador de dezenas de eventos esportivos no período de 1996/2007 - ativista cultural.

Experiência Literária.

Autor do livro Safra/Editora João Scortecci-São Paulo/SP-1989. Tendo ainda, mais de 50 poemas publicados em antologias, revistas e jornais do Acre e outros estados da federação.

Prêmios Recebidos.

O professor Hermano, como gosta de ser chamado, já foi agraciado com mais de 20 prêmios nas categorias: Poeta-Educador-Desportista e vereador.

“Tenho orgulho de ser chamado de professor, tenho atuação em diversas áreas, mas é na educação, onde mais gosto de atuar. Trabalhei durante sete anos como voluntário na Escola Estadual de Ensino Médio Dom Júlio Mattioli, tudo isso por amor a educação”, diz emocionado o professor que foi grande colaborador na realização deste trabalho. Seu legado é essencial para o desenvolvimento das atuais e futuras gerações de Sena Madureira.

Outras informações

O professor Hermano Filho é membro da loja maçônica fraternidade e trabalho nº. 03, onde exerce a função de tesoureiro

Instalação da Prefeitura do Alto Purus

Tão logo instituído o “modus vivendis” entre as republicas do Brasil e da Bolívia, em 21 de março de 1903, alguns dias o termino da Revolução Acreana, movimento esse comandado por José Plácido de Castro, 06 de agosto de 1902 a 24 de janeiro de 1903, fez com que autoridades plenipotenciárias negociassem, por meios diplomáticos, a extensa área de conflito.

Nessa negociação, resultou na assinatura em 17 de novembro de 1903, do Tratado de Petrópolis, na cidade Serrana de Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro.

Uma das primeiras medidas tomada pela União após a assinatura daquele tratado, foi a expedição da Lei nº. 1.181 de 25 de fevereiro de 1904, que autorizou Francisco Paula Rodrigues Alves, Chefe do Executivo Federal a organizar provisoriamente, o Território do Acre, recém incorporado ao Brasil.

Essa medida de caráter puramente político-administrativa objetivou a expedição do Decreto Federal nº. 5.188, de 07 de abril de 1904, que dividia o território acreano em três departamento ou prefeituras, governadas por Delegados de confiança do presidente da República autônomos entre si.

Foram criados, os departamentos do Alto-Acre, Alto - Juruá e Departamento do Alto-Purus. E posteriormente foi criado o Departamento do Alto - Tarauacá, desmembrando do Departamento do Alto - Juruá.

Para o Departamento do Alto-Purus foi escolhido para administrar o General José Siqueira de Menezes, nomeado por decreto datado de 11 de abril de 1904, assinado pelo então Presidente Rodrigues Alves.

Com essa nova, missão coube ao General José Siqueira de Menezes se deslocar para o Acre e cumprir as ordens legais que lhe foram atribuídas à criação do departamento do alto Purus e a respectiva instalação do regime prefeitura, ocorrido em 25 de setembro de 1904.

Com isso, podemos historiar o inicio da administração do primeiro prefeito de Sena Madureira que foi de 25 setembro de 1904 até 12 de janeiro de 1905.



Copia da ata original

No dia 24 de setembro de 1904, o General Jose Siqueira de Menezes, herói de Canudos atravessou a Linha Cunha Gomes, e, em uma terra firme, à margem esquerda, onde fora uma maloca Catiana, com a ajuda de cinqüenta trabalhadores providenciou a limpeza do terreno e o levantamento de um tapirí, de cinco metros quadrados, onde seria instalada a primeira sede do Departamento do Alto Purus, sob a sua direção.

Na manhã seguinte, 25 de setembro, bem cedo, uma comitiva composta de civis e militares saiu da povoação amazonense de Boca do Caeté, para o local anteriormente preparado. Às sete horas, a eles juntaram-se numerosas canoas, cheias de moradores vizinhos, cruzando e coalhando o Iaco, rumo às festividades, a começarem dentro de uma hora. E assim, sob as toscas palha do tapirí na hora prevista, com a presença de umas duzentas pessoas, nascia Senna Madureira, denominação dada em homenagem à figura do militar; que lutara na guerra do Paraguai e ousara enfrentar o Império. A sua certidão de idade foi a Acta ali lavrada e assignada, pelos presentes, sobre uma improvisada mesa feita das tábuas de um caixote e de pedaços de paxiuba, forrada pelo um retalho de mescla, o tecido usado nas roupas de muitos ali presentes.

A Acta foi gravado nos seguintes termos:

“Aos vinte e cinco dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e quatro da era Christã, décimo sexto da República, no lugar que então foi denominado Senna Madureira, à margem esquerda do Rio Iaco, affluente da margem direita do Rio Purus, a 68ª e 58”W de Greenwich longitude, e a 9° 7’ e 17” de latitude Sul, presentes Excelentíssimo Senhor General Jose Siqueira de Menezes, Prefeito do Departamento do Alto Purus e mais pessoas que esta assignan, foi instalado o Governo do mesmo Departamento, com as formalidades legais e de acordo com o Decreto do Governo Federal, sob o número cinco mil cento e oitenta e oito, de sete de abril de mil novecentos e quatro. E para constar, o auferes-alunno Bias Gomes Pimentel, designado pelo o Excelentíssimo General Prefeito, lavrou a presente Acta, que foi pelo mesmo assignada e por todas as demais autoridades e pessoas gradas, presente ao Acto. Senna Madureira vinte e cinco de setembro de mil novecentos e quatro assgnados Jose Siqueira de Menezes, General Prefeito do Alto Purus, João Siqueira de Menezes, auxiliar do prefeito, Geraldo Barbosa Lima promotor púbico Federal, capitão Dr. Adolpho Lins, auxiliar do prefeito 1° tenente Carlos Paes de Figueiredo, auxiliar do prefeito, tenente Dr. Epaminondas Thebano Barreto, auxiliar do prefeito Jose da Costa Gadelha, Candido Jose Mariano Engenheiro Militar, Hermenegildo Santos, João Carlos da Silveira, Laudelino Benigno, Francisco Gonçalves Campos, Miguel Ilario de Vasconcelos, Lauro Pinheiro, Avelino de Medeiros Chaves, Agostinho Escocio Vieira Drumond, Dr. Eduardo de Oliveira, Antonio Simões Pereira, Edmundo Basto de Oliveira, Antonio da Costa Gadelha, Jose Olimpio da Rocha, Júlio Montenegro, Antonio Augusto de Magalhães, João Cancio Fernandes, Tarquinho de Oliveira, Abdom Almeida Anute, Manoel Cavalcante Peres Campelo, Francisco de Assis Jucá, Jose Antonio Soares Bregense, Francisco de Paula Souza Catunda, Arthur Gadelha, Candido Siqueira de Menezes, Jose Manoel Labandeira, Abdoral Cardoso, Lourival Cavalcante, Delfin de Souza Oliveira, Theodomiro Leite Cavalcante, Machef Mansour, Antonio Joaquim de Castro, Salim Jacob, Eduardo Francisco, Henrique Catalão, Antonio Rufino Cavalcante, Camilo Mustafá, Estevam Jacob, Alfredo Jacob, Jose Ayres da Silva, Jose Cesário de Faria, Sebastião Gomes da Silva, Manoel Pires de Freitas, Francisco Xavier dos Santos, Raimundo Ferro dos Reis, Jose Geronimo de Barros, João Alves Rodrigues, João Anselmo Ribeiro, Avelino Jose Carvalho, Ananias Gadelha, Umbelina Cardoso de Freitas, Regina Fernandes Gadelha, Maria Gama Bentes, Carmelita Souza, Gêneses Paulina dos Reis, Georgina Barbosa Chuche, Francisca Altina, tenente honorário; Artur Macieira, encarregado do primeiro Posto Fiscal, Miguel Machef Mansour, Jose Nakar, Miguel Sarah, Namur Ruans, Miguel Pereira de Souza, Raimundo Nunes Ferreira, Francisco Balbino da Costa, Virgilio Gomes de Almeida, alferes auxiliar do Prefeito, Luiza Pinheiro, Francisco Aragão, Raimunda Sales Gadelha”.

Eu Alferes-alunno Bias Gomes Pimentel, lavrei a presente acta que assiguo.

Senna Madureira-Acre, vinte e cinco de setembro de mil e novecentos e quatro.



Via expedida pelo o acervo de Jose Arnoudo Pereira Nunes.

Sena Madureira – Acre, 25 de maio de 2006.



Fonte: Manoel Passos

Idade: 86 anos, morador do município até aos dias de hoje, contemplando todos os dias a paisagem do rio Yaco.


O Soldado da Borracha

O srº Manoel Passos da Silva mora em uma casinha com sua família, onde desfruta de uma linda paisagem, com alma de poeta, o soldado da borracha sempre recebe os visitantes com um sorriso cativante e com muita honra conta a historia que presenciou nesses seu 86 anos.

Seu passinho, como é mais conhecido chegou ao acre no colo dos pais com apenas um ano de idade. Eles vieram em busca de uma vida melhor. Chegando em Sena Madureira foram morar no alto rio Iaco. Ainda muito jovem ficou órfão, tendo que trabalhar muito pra criar os cinco irmãos que com ele moravam. Cedo, logo casou com dona Odisséia, com quem teve dez filhos.

Seu passinho é um destemido. Nada o deixa abatido, nem agora que está com idade avançada. Sempre encarou de “frente” os problemas que surgiram na sua trajetória de vida.

Cheio de entusiasmo, o poeta recorda os velhos tempos, relatando histórias dos soldados da borracha e da fartura que existia antigamente.


Fonte: Dário Sá

Idade: 86 anos, vive hoje no município com sua família na Avenida Avelino Chaves – Centro.



Resgate histórico do Teatro Cecy


Rua major João Câncio n° 05

Casa de eventos e espetáculos, em “cenas de uma época”, que retratou o apogeu que foi a economia gerada do desafogo financeiro decorrente dos altos preços alcançados pela borracha no mercado internacional.



Fonte: José Arnoudo Pereira Nunes

Acervo: Loja Maçônica Fraternidade e Trabalho n° 03

Jornal Brasil Acreano de Antonio José Souto Loureiro

Teatro Cecy

Na primeira e segunda década do século XX, floresceu em Sena Madureira uma intensa atividade cultural, artística e literária, graças à imensa riqueza gerada pelo ciclo da borracha, o que fez com que a região do alto Purus tivesse uma renda percapita bruta de mais de U$ 4.000,00, semelhante a da Bélgica, o país situado no primeiro lugar no ranking mundial.

Essa gigantesca riqueza foi capaz de gerar nesta cidade progressista possuidora, em 1908, de três jornais quinzenais, o “Brasil Acreano”, a “Gazeta do alto Purus”, e o “Estado do Acre”, e de atrair de duas a três dezenas de profissionais liberais, médicos, advogados, e agrimensores, todos de formação humanística, teórica e elitista, cujas incursões na literatura davam a possibilidade de maior projeção na sociedade, pelo seu conhecimento de vernáculos e de regras gramaticais, um passaporte seguro destinado a conseguir o desejado emprego público, ou o cargo importante, em um País que teimava a escrever, na forma lusitana clássica, a usar idéias, paisagens e padrões europeus, enquanto a maior parte da população tinha os seus próprios linguajares.

Para Sena Madureira, atraídos pela miragem do enriquecimento rápido acorriam personalidades oriundas de todo o Brasil e do exterior, que aqui ficavam por algum tempo no exercício das atividades públicas ou particulares, regressando depois as origens, com a experiência adquirida, particularmente os funcionários federais, que através de seus padrinhos conseguiam um emprego especial no Acre longínquo, uma espécie de purgatório, até conseguirem sua transferência definitiva para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, o Paraíso.

A vida associativa, em Sena Madureira, tornou-se muito ativa, por volta de 1908, quando do desafogo financeiro decorrente dos altos preços alcançado pela borracha no mercado internacional.

Em 1908, advogando e residindo a Rua Iaco nº. 16, viveu em Sena Madureira, o célebre poeta Quintino Cunha, quando juntamente com monsenhor Antônio Fernando da Silva Távora e Geraldo Barbosa Lima, idealizou a fundação de uma casa de espetáculos denominada de Teatro Cecy, que foi construída pelo prefeito efetivo Cândido José Mariano.

A cerimônia de inauguração, iniciada as 08h00min horas da noite, de 03 de janeiro de 1908, participaram da festa o Prefeito Cândido José Mariano, Monsenhor Antonio Fernandes da Silva Távora, pároco da cidade, homem decidido e político de prestigio, tendo sido vogal no município, como literato, escreveu umas memórias, contando as peripécias da sua vida eclesiástica.

No dia seguinte após a inauguração, continuou pleno de festividades, com diversões infantis, comprimentos a sociedade, banda de música na praça, barcos de regatas no Iaco, em frente ao Porto, à noite, a retreta animada pela banda de música Guarani na Praça 25 de setembro. No teatro despontaram Geraldo Barbosa Lima, com a “comédia Egoísta logrado”, apresentada a 03 de abril de 1909, por Madame Marcelle Bréville, e um grupo de amadores, Jovino Marques, com “a paixão de velho”, encenada a 31 de dezembro do mesmo ano, no mesmo palco, Antonio Pinto do Areal Souto, com peças infantis, Pastorinhas e Patrióticas, com o drama em decassílabos A Independência.

Na oratória dos eventos realizados no Teatro Cecy ficaram célebres: João Martins de Freitas, Barbosa Lima, Areal Soutos, Flaviano Flavio Baptista, José Daour, João Câncio Fernandes, José Cezario de Faria, Avelino de Medeiros Chaves, com vibrantes discursos políticos e conferencia literária de alto nível.

Nessa efervescência cultural, a 1ª de setembro de 1910, os intelectuais iacoaras fundaram a “Arcádia Acreana” revista científico-literária, cujo primeiro número ficou pronto em outubro.

Os encontros para discussão dos movimentos autonomistas do alto Purus sempre aconteciam nos salões do Teatro Cecy e na loja Maçônica “Fraternidade e Trabalho nº. 03”.

Foi no Teatro Cecy que ocorreu em 1910, a primeira sessão cinematográfica da cidade, ali se instalando mais tarde o cinema Olga, de João Rocha.

As prendas e os espetáculos oferecidos tornaram-se famosas as informações sobre o Teatro Cecy, os eventos descreviam cenas da “Belle Époque”, num tempo que não eram comuns as roupas feitas, e quando a música fazia parte do entretenimento familiar, executada pelos seus próprios componentes. A música constituía-se em um complemento indispensável a todas as reuniões e eventos havendo grande número de instrumentistas sempre prontos para as apresentações em programas comemorativos sociais ou políticos.

Na escola de prendas e de música foram peças fundamentais na formação educacional dos jovens do município, as irmãs do pároco Monsenhor Antonio Fernandes da Silva Távora, Ana Ajuricaba Fernandes Távora e Idalina Olímpia Fernandes Távora, verificando a inexistência em Sena Madureira de uma escola de prendas, resolveram funda-las, ensinando o indispensável às meninas e moças, dentro do desejável para exigências modernas da época, ensinava-se nessas aulas especiais: aula de piano, bandolins, violino e músicas em geral. Ensinavam a trabalhar em flores de papel, pano, miçanga, parafina, cera, e pedra hume, a bordar em branco, a lã, seda e fita, flocos e ouro, ao ponto brasileiro, richelieu, susto, irlandês, e variadissimo em filó, a desenhar, crayon, souce, aquarela, pastel e óleo. Vale fazer registro dos professores que atuaram ministrando essas aulas: Rita Gadelha da Cunha, Ana Libanio Ferreira, Maria Raulino de Moura, Galdino Chaves, José Gomes Ramalho, Ambrosina de Souza Leão, Luiz dos Santos, Hermenergada Cabral dos Santos, Maria Joana Escócio Vieira Drumond e Evangelina Varela.

No Teatro Cecy apresentava-se grupos de amadores, como os do grêmio recreativo, com as comédias “A viúva e a republica de escovados”, a 22 de maio de 1910, em beneficio para o Hospital da Caridade, por um elenco formado por Ionia e Elvira Tamborini, Carlos Cunha, Haroldo Limoeiro, Urbano Gouveia, Horácio Souza, Castelo Branco, José Rubin e Cristovam Melo.

Outras peças seriam encenadas em diversas oportunidades, com “Criado detraído”, “Amor pó Anexins” e “Cautela com as Mulheres”. A 24 de maio de 1911, entre Flauta e Viola a 21 de agosto do corrente ano “Paixão de Velho”, do capitão Jovino Marques, comandante da companhia regional.

Em janeiro de 1914, no Teatro Cecy, iniciava-se uma extensa programação de filmes, onde se indicava:

  • Primeira parte – O Senhor Leitão que colocar as cortinas, fita cômica da Pathêr, com 120 metros, e A Mãe é a única e verdadeira amiga, dramática da Edson, com 400 metros.

  • Segunda parte – a vingança do cabeleireiro, cômica, interpretada por M. P rince, M. Simon, Mme, Chopila, Mme. Willy, e o Herói da Aldeia, cômica de 300 metros, da biografh.

  • Terceira parte – A cruz de perolas, fita dramátic de 400 metros, do fabricante americano Wild West, e Je dois Janer Ce Sou Othelo, cômica, com 130 metrros.

  • Quarta parte – seria encenado um filme que dezenas de anos ocuparam as telas de todas as salas de projeções do País, durante a semana santa – Nascimento, vida e paixão de Jesus Cristo, com 3200 metros e 965 quadros.

Foi também muito comemorado o carnaval de 1914, desde janeiro, quando o clube “A capa do diabo”, que se dizia familiar, convidou os seus sócios para um baile, no Teatro Cecy, e nos três dias de momo, desfilaram seis carros alegóricos, fato documentado fotograficamente. Outros períodos de muitas festividades típicas ocorriam durante o natal, estendido até o dia dos Reis, com inúmeras manifestações apresentadas como as “Pastorinhas”, “Filhas de Flora”, com os figurantes e os quadros tradicionais de cordão azul, do encarnado, de São José, de Nossa Senhora, da cigana do Egito, do Pastor, dos Floristas, e dos Minhotos, que substituíam os Galegos, para não melindrarem a colônia portuguesa.

Em março de 1914, aconteceu a festa de fundação, e a convenção dos dois primeiros partidos políticos do Departamento do Alto Purus, sendo o Partido Progressista – PP, e o Partido Republicano do Alto Purus – PRAP. As criações destes dois partidos políticos foram comemoradas com um brilhante programa de homenagens e festejos, por segmento da população local, inclusive das duas colônias estrangeiras: a Portuguesa e a Sírio-Libanesa, à noite foram oferecidos pelo comércio local e Liga dos Seringalistas, um jantar e um baile, e durante a comemoração ouvia-se um variado programa musical onde foi executado em dobrado, com o seu nome, especialmente composto para aquele momento.

Ainda neste ano de 1914, além das várias companhias nacionais e estrangeiras que se apresentaram no Teatro Cecy, o destaque do ano ficou para a realização do primeiro festival do departamento do Alto Purus, com o seguinte programa:

I – Carlos Gomes – Sinfonia do Guarani

Piano – Hermengarda Cabral dos Santos.

II – Ch Actore – Chant des Gondoliers

Piano – Hemengarda Cabral dos Santos, bandolins – senhoritas Diva Barreira e Sofia Barbosa de Oliveira e Aurélio Ferreira (violino) Manoel Ferreira (flauta) – Luiz dos Santos, José Belarmino Barbosa e Oscar Barreira.

III – Francisca Gonzaga – Romance da Princesa da Opereta A Bota do Diabo – canto – professor Souza Leão, piano – Hemengarda Cabral dos Santos.

IV – Mascagni – Intermezzo da Cavalaria Rusticana – músicos Diva Barreira, Sofia Barbosa de Oliveira, Aurélio Ferreira, Manoel Ferreira, Luiz Santos, José Belarmino Barbosa e Oscar Ferreira.

V – Braga – Serenata – terceto de piano, violino e flauta, - Hemengarda Santos, Manoel Ferreira e José Belarmino Barbosa.

VI – Ch Acton – Dors Bebé – Orquestra

VII – Beethovem – Sonata Patética – Opus 13 – piano, por Hermengorda Santos.

Outro acontecimento que marcou os eventos realizados no Teatro Cecy, aconteceu a 16 de agosto de 1914, na data do aniversário do prefeito Samuel Barreira, às 09h00min horas da manhã a inauguração do empreendimento pomposamente denominado de “Purus Ferro-Carril” o dentista Passos Galvão, diretor do jornal Alto Purus, foi o realizador deste empreendimento, aproveitando trilhos e vagonetes comprados e importados da Inglaterra. Pela manhã, estava parado o bonde nº. 01 em frente ao Teatro Cecy, quando os festejos foram iniciados servidos champanhe, com os discursos de praxe, o bonde nº. 01 seguiu o seu curso levando as autoridades até o bosque, onde todos desceram, onde foi inaugurado um clube de lazer, retornando repleto de crianças, o veiculo foi aplaudido do longo do seu trajeto pela Avenida Amazonas por pulares aglomerados ao longo da linha; com três linhas férreas, a Purus ferro-carril funcionaria por vários anos, até que a crise da borracha e a estagnação econômica fizeram os seus trilhos desaparecerem tragados pelo mato e pelo abandono.

Este empreendimento que foi a Purus ferro-carril, com três linhas de bonde a tração animal, oferecia em seus vagonetes de alto luxo, especial conforto, de que foi dotada um dia o sistema de transporte urbano da cidade de Sena Madureira.

A causa principal para levar ao desaparecimento a casa de espetáculos denominada de Teatro Cecy, situada a Rua Major João Câncio nº. 05, foi à crise decorrente da queda dos preços da borracha, que só se faria sentir no Departamento do Alto Purus, a partir de 1915, quando o ciclo da borracha já estava em declínio, e o pior ainda, é que o governo federal confiscava dos Departamentos do Acre, Purus, Tarauacá e Juruá, quantias incalculáveis, para aquele tempo; riquezas que eram produzidas no Acre, e que era aplicada no triângulo: Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, deixando o Acre sem qualquer investimento de vulto, uma das explicações para o seu atraso atual.

Em fevereiro de 1915, a crise atingiu o seu ápice, a decadência da cidade acelerava-se com a transferência da justiça federal, com a extinção do Tribunal de Apelação em 1917, com a suspensão dos serviços de transportes urbanos, realizados pelas linhas de bondes a tração animal, da empresa particular Purus ferro-carril, e com o fechamento da Delegacia Fiscal e da agencia dos correios.

Foi a ruína a casa de Espetáculos denominada de Teatro Cecy, que por mais de duas décadas graças a imensa riqueza gerada pelo ciclo da borracha, em seus eventos descrevia cenas de uma época.

Na atualidade não temos nenhum teatro ou mesmo cinema, pelo contrário vivemos apenas na terra do que “JÁ TEVE”, mas esperamos que a efetivação do resgate histórico de nossa cidade se consolide de fato e de direito com a inauguração do espaço cultural situado na Praça 25 de setembro.


Fonte: Antônio Belo de Oliveira

Idade: 104 anos, morador do Beco da Bacabera.

Srº Antônio Belo de Oliveira foi seringueiro e hoje apesar da idade ainda consegue caminhar pela cidade e contemplar as enormes mudanças que houveram, algumas para melhor e outras para pior. Segundo ele em épocas passadas tudo era mais alegre, tinha seresta, roda de amigos, famílias se confraternizando, cinema e hoje as pessoas se distanciaram.

Sena Madureira uma história não registrada


Em 1902, os seringais da bacia do Juruá e Purus estavam habitados por nordestinos, sendo, a maioria composta por cearenses que vinham em busca de fazer fortuna, trabalhando na extração do látex, por outro lado também chegavam Bolivianos e caucheiros peruanos, foi então que a disputa por terras ricas em arvores de seringueiras, contribuíram para eclosão da revolução acreana, comandada pelo coronel JOSÉ PLÁCIDO DE CASTRO.

Em outubro do mesmo ano, os seringalistas do Acre, escolheram-no como líder do exercito acreano, o coronel seringalista José Plácido de Castro. Que logo em seguida passou a recrutar, em todos os seringais, homens para a batalha. O seringalista Agostinho Escócio Vieira, atendendo o chamado do coronel José Plácido de Castro, foi incorporado ao exército revolucionário, cooperando com mercadorias, armamentos e alguns homens do seu seringal. Com o final da vitoriosa e sangrenta batalha, recebeu como recompensa das mãos do coronel José Plácido de Castro e governador do Estado independente do Acre, a demarcação e o título definitivo do seu seringal SÃO JOÃO. Cujos documentos e as terras, encontram-se em poder de seus descendentes até hoje.

AGOSTINHO ESCÓCIO VIEIRA, depois de ter lutado muito pelo desbravamento desta terra, ao longo dos rios Purus, Yaco, Caeté e Macauã. Vencido pelas dificuldades encontradas nos trabalhos dos seringais e compartilhadas por seus irmãos cearenses, no meio da imensa floresta amazônica. Veio a falecer no dia 01 de abril de 1913, no seringal São João no rio Yaco, e foi enterrado no mesmo seringal, assim como desejava.

Fonte: Manoel Herique

Srº Manoel foi seringueiro por muitos anos e com o dinheiro que ganhou assim, como poucos soube aproveitar o auge da borracha e comprou um batelão e com a queda da borracha começou a ser regatão e conseqüentemente por problema de saúde montou um pequeno comercio no centro da cidade e ali permaneceu pouco tempo atrás.

O município de Sena Madureira tem mais de 100 anos e ao longo desses anos foi grande o crescimento trazido pelos avanços tecnológicos, político, industrial e social. Analisando a situação econômica podemos destacar que há décadas passadas o município sobrevivia apenas do extrativismo, e atualmente as fontes de renda ainda são permeadas pelo valor extrativista, mais bem acentuada com a pecuária aumentando assim, o valor da terra em nossa região, funcionalismo público e comércios. Antes eram poucas as pessoas que tinham condições de ter um veiculo automotor e hoje além dos milhares de bicicletas, e motocicletas, já temos um número considerado de carros. E ainda temos grandes investimentos na área do comercio. O asfaltamento da estrada BR 364 permitiu o acesso a capital de inverno a verão, onde antes no inverno era apenas por barco.

Em se tratando da área social temos um grande aumento da população tanto por decorrência do êxido rural quanto de migrações de outros estados. E com isso houve o aumento na marginalidade e desigualdades sociais, porém com o incentivo do governo através dos programas sociais, é raro encontrar uma família que não tenha pelo menos o básico para a sobrevivência. Outro fator no âmbito social foi à desestruturação na composição familiar, criança morando com os avós, mulheres tendo que trabalhar o dia inteiro, pais abandonando suas famílias, bem diferente de décadas passadas onde a cultura do município era embasada na conjuntura familiar tendo como base a proteção da ética e dos bons costumes.

Já em relação à cultura no meu modo de ver analiso que houve mais prejuízos do que avanços, tendo em vista que no nosso município existia, cinema, seresta nos fins da tarde, teatro no meio da avenida mesmo sem ser festa comemorativa do município, cavalhada, dentre outros, e hoje não temos nada disso e acredito que seja um prejuízo para a nossa cultura local, claro que também não posso deixar de relatar o surgimento de grupos de capoeira, rip rop e danças, porém ainda estar bem distante das belezas que escuto os mais velhos contarem.

No campo educacional houve um avanço extraordinário hoje o incentivo é tão grande para manter o aluno na escola que tem até bolsa para adultos estudarem, onde antes a pessoa que se dedicava aos estudos, era considerada por muitos pais como “preguiçosos e vagabundos”. Pouquíssimos eram os pais que incentiva os filhos a estudar, mais sim a trabalhar. Hoje já se acredita que a educação é à base de uma sociedade mais igualitária e para todos.


Este trabalho foi realizado pelas cursistas:

Antônia Maria de Queiroz Costa

Dandara Costa Medeiros

Fátima Bezerra

Maria Inês dos Santos

Natécia Lima

Valcione Oliveira da Rocha.